quinta-feira, fevereiro 10, 2005

cinzas e pétalas

As ruas de pedra que nunca descem espetam os pés cansados. Os olhos, abluídos no vazio e embriagados pelo barulho dos ontens, calam. Pelos caminhos encharcados de um silêncio exausto, pedaços de histórias e restos de gente brotam ingênuos, refletindo gritos distantes. A cidade sangra.
Talvez esquecida pela sujeira ébria, envolta na triste canção do vento, uma flor de pétalas negras brilha silenciosamente. Enquanto tudo se vai, ela espera no meio da rua. Espera, e lá poderia ficar para sempre, mas o tempo tratará de soprá-la para longe.
Sua beleza é sua desgraça de ser só.