do espinho à petala - passagem (parte I)
O corpo amargamente suado da noite anterior, o rosto alimenta-se de algum vento na janela esguia. Pelas paredes de vidro, o mundo caminha com suas vozes impuras e pequenas verdades. A imagem corta, sangra em qualquer superfície, furta-se ao olhar atento. Reflexos de um gosto envelhecido na garganta. Todas as inocências do cansaço ou da embriaguez se estilhaçam numa terra áspera e cinza. A vida parou? Ao mundo não importa: os olhares nunca se encontram por mais de um segundo.
As mãos e as frases sujas se entrelaçam. Um longo momento de estupidez e as feridas voltam a latejar. Um longo momento de aflições, um dia inteiro em que nada mais valeria sem alguma esperança.
Sutil violência com que restam na boca a ressaca e os arrependimentos. A vida parou? Os vidros a enquadrar a imensa poesia da dor. Um súbito acordar ilumina os olhos cansados: a vida pede um respiro.
As mãos e as frases sujas se entrelaçam. Um longo momento de estupidez e as feridas voltam a latejar. Um longo momento de aflições, um dia inteiro em que nada mais valeria sem alguma esperança.
Sutil violência com que restam na boca a ressaca e os arrependimentos. A vida parou? Os vidros a enquadrar a imensa poesia da dor. Um súbito acordar ilumina os olhos cansados: a vida pede um respiro.
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