segunda-feira, janeiro 03, 2005

Pareço ter, inconscientemente, buscado o isolamento.
Tendo a sentir-me estranhamente aconchegado nesse estado, recorrente, então. Há um silêncio caudaloso, de todas as ausências, inicia-se um extenso e difuso monólogo, vez por outra o ar estremece no som disforme de um verbo solto. O silêncio a transformar as dimensões do ruído, e tudo se põe a gritar, exagerar-se propositalmente. A quietude emite sombras, elas seguem, a se entrelaçar em sons distantes, à noite, ao torpor. Chego, e o vocabulário intenta atravessar o tempo das fagulhas.

- A inércia é a metáfora da eternidade.