abandono
Quase estático diante do crepitar da fogueira, ajoelhado, ele oscila em tremeres curtos e comedidos. O acaboclado rezar de palavras fortes e rápidas, os olhos e as mãos cerradas em minúcia e força, o corpo embebido em cristais de sol e suor. As vestes rotas e encardidas escorrem sobre a negra cútis.
Um vento sibila, modelando os contornos do fogo a esmo. As preces logo ganham um tom de súplica e desespero. Sua aflição semeia um gosto ácido na garganta.Mimetizado pela escuridão da fria noite nublada, ele transpira dissabor, desilusão. Lateja em todas as artérias a dor que é só sua: abandono.
Os olhos de gude se abrem, vermelhecidos pela ira de um pranto silencioso, contido, vão. Uma lágrima brota, em matizes de amargor. Pende pela face erodida até o chão, onde desvanece.
Impassível, o fogo assiste a tudo, em indiferente compaixão.
Um vento sibila, modelando os contornos do fogo a esmo. As preces logo ganham um tom de súplica e desespero. Sua aflição semeia um gosto ácido na garganta.Mimetizado pela escuridão da fria noite nublada, ele transpira dissabor, desilusão. Lateja em todas as artérias a dor que é só sua: abandono.
Os olhos de gude se abrem, vermelhecidos pela ira de um pranto silencioso, contido, vão. Uma lágrima brota, em matizes de amargor. Pende pela face erodida até o chão, onde desvanece.
Impassível, o fogo assiste a tudo, em indiferente compaixão.
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