sexta-feira, abril 28, 2006

uma humanidade de crianças

Olhos que ampliavam a cidade, suas luzes,
a inspiração de goles espessos, de chocolate.

Fizeram-se os encontros com a destreza de uma briga familiar, os trajetos envoltos numa efemeridade que ecoava outras épocas. Foi outono quando a música chegou; havia lixo pelas ruas, não importava, o outono era ainda jovem, a música era a de cortes transversais, nas esquinas, e sempre havia lixo pelas ruas, principalmente as antigas.

No comportamento das noites, a dor de uma humanidade de crianças.

"Foi como se me sentisse nu e solitário. Como se fora atropelado." Os sintomas degustados no íntimo. "Escondo com egoísmo e minúcia meus momentos de loucura. Há dias em que me imagino observado, como um animal em cativeiro."

A garganta volta,
estrangulada no próprio gosto,
duramente, diz, "estrangula-se":
- A garganta estrangula-se no gosto das próprias palavras,