entre a queda e o vôo
por dentro de Helder e Quinteto Tati
Aquela sensação de uma dor lancinante
que ainda não se fez sentir
num caminho quase prestes a desabar
dilacerando silêncios...
Não saberia dizer se foram as pedras.
Não saberia cantar aquelas canções
ou imaginar o dia do alívio.
Aquela sensação vinha recorrente
de um tempo sem lugar, sem destino final;
um amor experimentado como raízes em eterna ramificação
Uma estrada abria-se à frente, pelos destroços
o vir a ser de um campo de rosas
regadas por lágrimas duras...
Sei que era um tempo de suspensão, ensimesmamento
entre a queda e o vôo.
Um tempo em que as pálpebras dormissem em paz,
em que frutificassem os jardins
e as pessoas ao redor mergulhassem em direção ao campo
de rosas.
Sei que as rosas imaginam sua própria velhice
e por vezes duvidam de sua própria infância
assim como ficam os quartos vazios
e as camas para sempre arrumadas,
antes do dia do alívio.
Sei que as coisas nascem e morrem,
nunca em vão, ou sem ressoar pelo mundo
pois para toda porta que se fecha
há uma janela que se abre
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